SEJAM BEM VINDOS!

Este é um blog para contemplarmos e trocarmos informações sobre o povo cigano!

OColetivo CIGA-NOS!


Um encontro entre pessoas. Teatro, Sombras e Circo: uma identificação com a cultura cigana... Um desejo de contar estórias e desvendar os preconceitos da história. Artistas/pesquisadores com os pés no limiar entre teoria e prática. Artistas que lutam por uma arte colaborativa no processo de criação. Uma troupe intercultural com swing brasileiro, uma maneira mambembe de teatralidade. O teatro performativo como meta, assim somos: CIGA-NOS!


Sintam-se a vontade para dialogar, discutir, enviar informações e artigos a respeito desta etnia que vive no mundo inteiro!

E viva o dia 24 DE MAIO!
Data escolhida para festejar o Povo Cigano no Brasil!

29 de julho de 2009

Ciganos pelo mundo


A relação entre os vários grupos ainda não é conhecida

Há diversos grupos de ciganos espalhados pelos cinco continentes. Abaixo estão os principais. Muitos falam uma língua próxima, o romani (ou romanês) – com muitas palavras emprestadas de línguas locais. Grupos que vivem no Brasil, por exemplo, dizem: “Vamos pinhá o paim”. Querem dizer: “Vamos beber água” – a estrutura é a do português, mas com palavras em romani. Grupos de viajantes, como artistas circenses, são confundidos com os ciganos por serem nômades.

Erlides

Também conhecidos como yerlii ou arli, os erlides são mais comuns em comunidades localizadas no sudeste da Europa e na Turquia. Muitos deles são muçulmanos ou cristãos ortodoxos. Há ainda pequenos grupos na Palestina, Jordânia e também no Iraque.

Roma

Os rom, ou roma, têm origem não-ibérica e são o grupo mais numeroso. Tanto que possui subgrupos, como os kalderash, matchuara, lovara e tchurara. Podem ser encontrados na Europa (especialmente nos Bálcãs), nos Estados Unidos e no Brasil. “Muita gente confunde os roma com os romenos. Há ciganos romenos, mas nem todo romeno é cigano”, diz o professor David Nemeth.

Gitanos

Chamado também de calon, o grupo é encontrado principalmente na península Ibérica, no norte da África e no sul da França. Na Espanha, os gitanos são associados à música e à dança – o flamenco é considerado de origem gitana. O mais famoso é o grupo francês Gipsy Kings. No Brasil, há uma grande quantidade de grupos calon, que se dedicam ao comércio de carros, mantas e ouro – as mulheres, à leitura da sorte.

Sinti

Os sinti ou manouch também reconhecem uma origem na Índia e praticam o nomadismo. Eles falam a língua sintó e são encontrados principalmente na Alsácia, entre outras regiões da França, na Alemanha e na Itália. Há poucos deles no Brasil, chegados também no século 19.

Romnichal

O grupo mais numeroso na Grã-Bretanha, encontrado nos Estados Unidos e na Austrália, é chamado também de rom’nie. Sua história remonta ao século 16, quando teriam chegado à Inglaterra. Foram expulsos e perseguidos no país ao longo dos séculos, mas ainda são numerosos lá.

Classificação extraída da Revista Aventuras na História - digital!

26 de julho de 2009

Obrigada pelo convite, o blog está mesmo excelente! Contribuirei con mucho gusto! Abração

22 de julho de 2009

Calendário Cigano!


Com o objetivo de divulgar a Cultura Cigana para a sociedade brasileira, foi desenvolvido pela comunidade cigana, com apoio da SID/MinC, o calendário com as datas das celebração ciganas.
Este calendário foi apresentado dia 21/6/2006, na matéria “Calendário Cigano 2006”, publicada pela Comunicação MinC.
Aqui estão os principais eventos e datas comemorativos para a comunidade cigana brasileira:
  • 24 de Maio - Dia Nacional dos Ciganos.
Foi instituído no dia 25 de maio de2006 pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
  • 24 de Maio - Festa Oficial de Santa Sara Kali no Brasil - Parque Garota de Ipanema / Arpoador - RJ.
É uma homenagem à Santa Sara Kali, com vários eventos para estimular a solidariedade e a confraternização entre ospovos. Neste quinto ano de festa foi promovida a 1ª Romaria no Brasil de Santa Sara Kali, sendo que o percurso foi da Rua Francisco Otaviano até a entrada principal do Parque Garota de Ipanema;
  • 12 de Outubro - Dia de Nossa Senhora Aparecida - Padroeira dos Ciganos do Brasil;
  • 23 de Setembro - Dia do Cigano no Paraná (Lei Estadual)
Instituído em 14 de junho de 2000 pelo então Governador do estado do Paraná;
  • 11 a 14 de Julho - Assembléia Nacional da Pastoral dos Nômades - Caxias do Sul / RS.
  • 24 de todos os meses - Corrente de Santa Sara Kali no Brasil -
Corrente de oração a Santa Sara Kali, aberta a todas as etnias e religiões, que ocorre mensalmente, ao dia 24, no Parque Garota de Ipanema, Posto 7, Arpoador, Rio de Janeiro. As orações e celebrações têm início as 16 horas.

  • Dia Nacional do Cigano- 2007
Foi comemorado dia 24 de maio de 2007 o Dia Nacional do Cigano, celebrado pela primeira vez na história do país. A solenidade contou com a presença de 81 ciganos de todos os estados brasileiros, de autoridades do Governo Federal e de representantes de várias entidades.

“ O Brasil é o primeiro país do mundo a ter uma data oficial em homenagem aos ciganos. À exceção do Japão, há representantes da etnia em todos os países do mundo.“É o povo mais globalizado do planeta. Mas do ponto de vista cultural, não econômico. No mundo inteiro comemos a mesma coisas, dançamos e cantamos a mesma música”, acrescentou Iovanovich

Neste dia também foi divulgado: . o 1º Prêmio Culturas Ciganas, no valor total de R$ 200 mil (para 20 projetos que se destacarem na valorização da cultura cigana); . lançado o carimbo e o selo cigano, por parte das Empresas Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); . anunciada a Cartilha de Direitos da Etnia Cigana; . e entregue o Relatório do Grupo de Trabalho para as Culturas Ciganas (GT).

“Quero tentar algo junto ao Ministério da Cultura. Temos de resgatar a tradição, minha etnia está acabando. Estamos perdendo até a auto-estima; os ciganos se escondem e mudam de casa por medo do preconceito”. O carioca Mio Vacite, 65 anos, também descendente de iugoslavos e líder de um grupo de música típica (*5) “A criação do Dia Nacional dos Ciganos pode ser um “divisor de águas”, abrindo caminho para a superação de problemas como o preconceito e a falta de acesso a políticas públicas” afirma Iovanovich

O Dia Nacional do Cigano foi instituído em 25 de maio de 2006 por meio de decreto assinado pelo presidente que reconheceu a importância da contribuição da etnia cigana no processo de formação da história e da identidade cultural brasileira. A data de 24 de maio é muito importante no calendário cigano: é o dia dedicado à Santa Sara Kali, a padroeira universal dos povos ciganos. No Rio de Janeiro, por exemplo, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, já é tradicional a festa organizada pela coordenadora da Fundação Santa Sara Kali, a cigana Mirian Stanescon.

Informações retiradas do site: Fatorbrasis

19 de julho de 2009

Prêmio SELO DUPLO!

Ficamos muito felizes com o acolheminto e com o resultado que nosso blog está oferecendo.
Os contatos estão chegando e, a grande festa que em breve acontecerá, já será LINDA só pela energia emanada das pessoas que estão ligadas a nós. Obrigada.

Ganhamos o prémio SELO DUPLO:
Quem nos presenteou foi:
Armazem da Palavra.
Muito Obrigado!

As regrinhas que devem ser seguidas pelos blogs que receberam o Prêmio SELO DUPLO:

1.Exibir a imagem do selo
2. Postar o link do blog que te indicou
3. Indicar 4 blogs de sua preferência
4. Avisar os seus indicados
5. Publicar as regras
6. Conferir se os blogs indicados repassaram o selo e as regras

Eu indico O PRÊMIO SELO DUPLO PARA:

1. IADESCC-BRASIL
2. BALAIO DE LETRAS E SONS
3. EU.VOCÊ.ELA.A MÃE.
4. TENDA CIGANOS DO ORIENTE

17 de julho de 2009

Romanês

Hoje tem Noite de autógrafos do Primeiro Livro sobre Romani no Brasil:


Romany, romani, ou ainda romanês, é o dialecto usado pelos povos rom e sintos, povos nômades geralmente conhecidos pela designação de "ciganos" e que na Europa de Leste e Europa Central são conhecidos por tsigane.
Este dialecto pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo lingüístico indo-europeu do norte da Índia e do Paquistão, tais como o sânscrito, o prátcrito, o maharate e o punjabi. A moderna antropologia relacionou a língua romani com as línguas punjabi e potohari, faladas no norte do Paquistão.
Algumas palavras em Romanés ("Teavez Bartalo Sasto Vesto Romale")
Palavra = signifícado; Vitsa = qual grupo se refere. • Angrosti = anel
• Bartalo = sorte
• Bartalo = sorte
• Bisigarno = Disputa (Roubada de Par)
• Céni = brinco
• Chucar = bonito
• Civca = fita
• Cris = polícia
• Chakano, Thierain = estrela
• Chavoro = menino pequeno
• Chavo = moço
• Cali = preto
• Diclô = lenço
• Dilabal = cantar
• Fakh = leque
• Idardi = cesta
• Jag = fogo
• Khan = sol
• Khelav = dançar
• Kaku = tio (vitsa: sirbianco, kalderash)
• Khosli = xale
• Korava = colar
• Koro = pulseira
• Idardi Luludi = Cesta de Flores
• Love = dinheiro
• Lolo = vermelho
• Moosh, Dzéno = homem
• Musi = braço
• Nano = tio (vitsa:lovará)
• Nais tuke = obrigada (o)
• Pai, Pani = água
• Pe = ar
• Perno = perna
• Piro = pé
• Pilen = tomar (bebida)
• Porizen = pandeiro
• Prama = jóia
• Piral = andar
• Rholhaives = zangado, nervoso
• Rom = cigano
• Romi = cigana
• Rugo = rosa
• Saráli = saia
• Sato = relógio
• Shei = menina
• Shon = lua
• Shuckar = bonito(a)
• Tan = terra
• Tchecat Korava = testeira
• Tchér = bota
• Tchera = mulher
• Tchuri = adaga
• Tsara = tenda, casa
• Traio = vida
• Vast = mão
• Zumavipe = Desafio (Duelo)

Retirado do site: http://www.culturacigana.com.br/man/cult_romanes.asp

16 de julho de 2009

As Festas Ciganas.


As festas ciganas, famosas em todo o mundo, são, na verdade, rituais, realizados com determinados objetivos, constituindo-se num verdadeiro acontecimento social, unindo grupos próximos e mesmo outros, de locais mais distantes. Incorporam elementos das mais diferentes culturas de povos com os quais os ciganos conviveram. Práticas aparentemente pagãs misturam-se a outras de notado cunho religioso.
Sabe-se, porém, que aos gadjos não é permitido assistir à maioria delas. Os ciganos evitam contar detalhes desses rituais, mas pode-se afirmar que desempenham um papel enorme na união dos grupos e na preservação de valores peculiares desse povo.
Dentre essas festas, uma das mais importantes é a do batismo de uma criança. Dependendo do país onde o grupo estiver de passagem, o ritual será aquele que a religião do local determinar, não importa se católica, evangélica, budista ou muçulmana, apenas para citar algumas.
Para esse povo, o importante é o aspecto prático do batismo, seu objetivo que é o de livrar a criança das garras e tentações do demônio, fortalecendo seu espírito para os embates que passará a travar com os habitantes das trevas.
Alguns ciganos acreditam que se originaram de Adão e de sua primeira mulher, anterior a Eva. Isso faria deles seres sem a mácula do pecado original, o que tiraria toda a necessidade de um batismo, como o da Igreja Católica.
Muitos ciganos, principalmente os mais sábios, descartam essa hipótese, possivelmente mais uma das fantasias surgidas durante a Idade Média, que atribuíam aos ciganos toda a sorte de lendas, com o objetivo de indispô-los com os demais povos. Pode-se afirmar que, para os pais e para o grupo, o batizado de uma criança é motivo de festa, tanto quanto o funeral de uma pessoa.
Um cigano, ao morrer, será louvado em uma séria de festas, pelos seus semelhantes que, ao mesmo tempo, estarão também festejando a vida. Sabem que a morte é certa e que o momento deve ser vivido com intensidade.
Outra festa de grande sentido para eles é a da primavera, com seus ritos de fertilidade, destinados a tornar férteis as mulheres, para que gerem filhos sadios.
Um casamento cigano só é considerado concretizado com o nascimento de um filho. Enquanto isso não ocorre, o casal vive grande aflição, já que a infertilidade traz a conotação de um castigo que tanto pode ser para o casal quanto para o grupo.
Como aspectos dos batizados e das festas fúnebres, esses rituais são proibidos aos gadjos, que pouco ou nenhum conhecimento podem ou devem ter do assunto.
Outra cerimônia que tem, para os ciganos, um significado todo especial é a de um casamento, feito nos moldes tradicionais, diante dos símbolos familiares. Desde há muito tempo, sempre foi proibido aos gadjos, principalmente porque os ciganos se casam apenas entre membros de sua tribo. Depois, segundo as crenças, se um casamento cigano for presenciado por um desconhecido, que não pertença a sua raça, a noiva fatalmente morreria, após transcorrido um ano.
Vale dizer que em poucas e trágicas vezes, quando inadvertidamente um gadjo assistiu a um casamento, a noiva veio a falecer realmente, conforme a superstição. Isso faz com que a cerimônia não seja aberta aos gadjos, mas não impediu que algumas particularidades se tornassem públicas, sendo relatadas em livros, peças teatrais e, modernamente, filmes.
Um casamento nos moldes ciganos caracteriza-se por ser uma cerimônia muito festejada, onde ocorre uma espécie de encenação, simulando um rapto. Depois, a comprovação da virgindade da noiva é feita de forma a não deixar a menor dúvida.
Acontece sempre entre jovens ainda adolescentes, entre treze e quinze anos. O pai do noivo é quem faz todos os arranjos, negociando com o pai da noiva o dote e outras providências.

Texto retirado do Livro: Ciganos, Filhos do Vento. Acessado em 16/07/09

14 de julho de 2009

Ventos de mudança na comunidade cigana


Ciganos: Ventos de mudança na comunidade cigana
Publicado em 13-02-2004
Tema: Notícias
Investigadora detecta novas dinâmicas ao longo de 13 anos de trabalho com vários núcleos familiares. Mulheres e jovens dão sinais de querer alterar a tradição.

Há raparigas ciganas que gostariam de prosseguir os estudos e alguns jovens começam a assumir a opção de não serem feirantes, cortando, assim, com uma tradição ancestral. São sinais de dinâmicas - que nem sempre apresentam uma progressividade linear - no interior das comunidades ciganas , contrariando a visão estática que a sociedade dominante tem sobre esta "minoria endógena".

Depois de 13 anos de estudo, que a levam, actualmente, a partilhar a vida com 150 pessoas, com raízes comuns e residentes num bairro da periferia do Porto, Maria José Casa-Nova acabou por desmontar algumas das ideias preconcebidas a respeito da comunidade cigana. Os ventos de mudança sopram e agitam levemente o seio de uma comunidade tradicionalmente fechada sobre si própria.

Não são alterações radicais ou cortes profundos com a unicidade étnico-cultural que os fez sobreviver, séculos após séculos, em vários países quase sem se aculturarem. São ligeiras nuances na forma de lidar com costumes nunca questionados, como as leis ciganas sobre as mulheres, a vingança ou os rituais de luto.

Ao mesmo tempo que são perceptíveis sintomas de abertura - ou de progresso, no conceito da sociedade maioritária -, registam-se retornos aos valores estruturantes da etnia cigana, segundo a investigadora da Universidade do Minho. A relação dos jovens com a escola é um bom indicador das dinâmicas emergentes. Segundo Maria José Casa-Nova, algumas raparigas expressam vontade de continuar na escola, depois do momento em que os costumes ditam que abandonem os estudos, ou seja, "quando se tornarem mulheres" (primeira menstruação).

Para evitar a saída precoce (antes do 1º Ciclo), algumas arranjam forma de "contornar sem afrontar o poder parental", como reprovar propositadamente, explica. Outros indícios de alguma emancipação feminina face ao poder patriarcal são vestir calças e não usar o cabelo tão comprido como as mulheres mais velhas. O que é curioso, segundo a docente, é que, depois do casamento, desaparecem os sinais exteriores de libertação em relação aos costumes tradicionais.

"Falta saber se, enquanto mães, estas mulheres vão conseguir projectar nos filhos aquilo que não foram capazes de fazer, face ao seu reduzido poder dentro da comunidade", acrescenta. Já os rapazes que queiram prosseguir os estudos não se defrontam com tantos obstáculos. Actualmente, ir além do 2ª Ciclo já é um factor de promoção, tanto dentro como fora da comunidade.

A ideia de sucesso escolar, na perspectiva cigana, é muito diferente da que é veiculada pelo sistema de ensino. Interessa-lhes, sobretudo, aprender a ler, escrever e fazer operações aritméticas simples, para puderem tirar a carta de condução, ter sucesso no negócio e saber falar com os "pailhos". No entanto, há casos de jovens que continuam a estudar além do 6º ano e isso já é valorizado, de acordo com Maria José Casa-Nova, acrescentando que, entre a população alvo do seu trabalho, existe um rapaz a frequentar o 9º ano, o que é raro.

Outra conclusão inovadora a que a investigação a conduziu foi a de que o insucesso das crianças ciganas não se deve a dificuldades de aprendizagem, mas ao elevado grau de absentismo, que impossibilita os professores terem os elementos necessários à avaliação. Prova disso é que, das 129 crianças do universo estudado, só três reprovaram por não terem tido os resultados esperados pela escola.

Leis nem sempre ciumpridas

A lei cigana legitima a vingança dos ofendidos até à quinta geração do elemento que cometeu o crime. Este princípio começa a ser contestado, não de forma aberta, mas nas conversas privadas e na prática de alguns elementos, esclarece Maria José Casa-Nova. "Há quem considere, principalmente entre os mais jovens, que é um exagero que a punição se perpetue por tantas gerações", acrescenta.

As regras do namoro - que proíbam qualquer contacto físico até ao casamento - são também alvo de alguma resistência, embora se notem diferentes tendências dentro da mesma comunidade. Se há pais que até permitem que a filha case com um noivo diferente daquele a que estava prometida, outras há que se pautam por uma rígida visão da lei. O mesmo se passa com os casamentos mistos.

Nalgumas famílias, há vários casos, enquanto outras obstaculizam a sua realização, mas o facto de determinada relação ter sido aceite não implica que outra, em condições semelhantes, seja permitida. Depende sempre do contexto específico e do momento que a comnidade atravessa. Mais pacífico continua a ser o princípio de que as raparigas devem ser virgens até ao casamento, existindo mesmo rituais de verificação da pureza da noiva.

Jornal Notícias

13 de julho de 2009

Santa Sara Kali é a padroeira dos ciganos

Existem diversas lendas a respeito da origem de Santa Sara. Algumas falam que ela seria serva e parteira de Maria, e que Jesus a teria em alta estima por te-lo trazido ao mundo. Outras, que era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries de la Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina ou Jacobé,irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maximinio. Eles treriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.
A imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos. O epíteto "Kali" significa "a negra", porque sua tez é escura. Seu culto se liga ao culto das Madonas Negras, Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo. Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (Romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés. As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela. Mas perseguirá os opressores, os racistas, aqueles que vão contra seus protegidos prímevos, que são os ciganos. Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.
Informações retiradas do Blog: http://iadesccbrasil.blogspot.com/

ABENÇOE-NOS SEMPRE SANTA SARA!


12 de julho de 2009

Um pouco da família cigana...

Wagon - carro que muitos ciganos adotam a partir de meados do séc. XIX
Do acervo da Universidades de Liverpool
http://sca.lib.liv.ac.uk/collections/gypsy/wagons.htm

A familia constitui a estrutura base de toda e qualquer sociedade. Assim, os ciganos têm em cada familia a esperança e a força de sua continuidade, bem como na união entre elas, formando sempre mais um braço forte, com o prosseguimento da tradição e a perpetuação do povo cigano. Por isso, preserva-se com garras fortes os matrimônios ciganos, que têm rituais próprios, não aprovando o relacionamento extramatrimonial ou mesmo o concubinato. Procuram agir com discrição em público, não se expõem marido e mulher de maneira contrária aos seus hábitos, acreditando que o valor a ser resguardado entre eles deve estar presente na privacidade de cada casal, preservando até mesmo qualquer tipo de comportamento que possa estimular algum comentário desairoso contra seu povo, produto da maledicência humana.
Na sociedade cigana, o homem é o braço forte e representa a liderança geral do clã; contudo, a mulher, embora tenha um espaço diminuido e de importância muito menos favorecida nesse aspecto, é tratada com todo o respeito, levando a ternura. A grande missão da maternidade é de trazer ao povo cigano, pela procriação, a prosperidade e a perpetuação da raça por meio da geração de novas crianças ciganas. É a grande Guardiã Cigana dos costumes, conselheira e responsável pela preservação e continuidade do povo cigano. Deve estar sempre diligente e tratar de suas obrigações caseiras com afinco, com o dever de obediência presente, aprendendo o manuseio das cartas, da leitura das mãos, da borra do café e, principalmente, dançar muito bem, sabendo e conhecendo a realização de toda a ritualística e cerimoniais ciganos, bem como os preceitos que precisam ser seguidos por seu povo, tornando-se uma expert em suas comidas típicas. Todos estes atributos, além de valorizá-la como mulher e colocá-la em situação de dever cumprido para sua comunidade, na medida em que melhor executá-los, traz um valor muito mais acentuado no momento de casar-se, elevando desse modo invariavelmente seu dote, que é pago pelo pai do noivo a seu pai no dia do casamento cigano. Esse dote hoje existe mais de forma simbólica, diante do rigor de antigamente, pago em galby (moeda de ouro).
Texto extraido do livro: CIGANOS ROM ----- UM POVO SEM FRONTEIRAS autor: NELSON PIRES FILHO

11 de julho de 2009

e continua...a história do Povo Cigano...


Depois de vagarem pelas Terras do Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo. Essa invasão foi uma das únicas na história da humanidade que foi feita sem guerras, dor ou derramamento de sangue. O que não se sabe ainda é se esses eternos viajantes pertenciam a uma casta inferior dentro da hierarquia indiana (os parias) ou de uma casta aristocrática e militar, os orgulhosos (rajputs). Independente de qual fosse seu status, a partir do êxodo pelo Oriente, os ciganos se dedicaram com exclusividade a atividades itinerantes: como ferreiros, domadores, criadores e vendedores de cavalo, saltimbancos, comerciantes de miudeza e o melhor de suas qualidades que era a arte divinatória. Viajavam sempre em grandes carroças coloridas e criaram nomes poéticos para si mesmos.
No primeiro milênio d.C., deixaram o país e se dividiram em dois ramos: o Pechen que atingiu a Europa através da Grécia; e o Beni que chegou até a Síria, o Egito e a Palestina. Existem vários clãs ciganos: o Kalê (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia); o Matchuaiya (da Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia) e o Kalderash (da Romênia). São mais de 15 milhões de ciganos em diferentes pontos da Europa, Ásia, África, América, Austrália e Nova Zelândia. Quase sempre os ciganos eram bem recebidos nos países onde chegavam. Os chefes das tribos apresentavam-se de forma pomposa, como príncipes, duques e condes (títulos, aliás inexistentes entre os ciganos). Diziam-se peregrinos cristãos vindos do Egito e, assim obtinham licença das autoridades locais para se instalarem. Ao contrário do que muitos pensam, o Povo Cigano é que foi perseguido, julgado e expulso ao longo do seu pacífico caminhar. Na Moldávia e na Valáquia (atual Romênia), os ciganos foram escravizados durante trezentos anos; na Albânia e na Grécia pagavam impostos mais altos.
Na Alemanha, crianças ciganas eram tiradas dos pais com a desculpa de que "iriam estudar", enquanto a Polônia, a Dinamarca e a Áustria puniam com severidade quem os acolhesse.
Nos países baixos inúmeros ciganos foram condenados à forca e seus filhos obrigados a assistir à execução dos pais para que assim aprendessem a "lição de moral". Apenas no país de Gales eles tiveram espaço para manter parte das suas tradições e a língua. Os ciganos chegados em Andaluzia no séc. XV vieram do norte da Índia, da região do Sind (atual Paquistão), fugindo das guerras e dos invasores estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan) eles encontraram facilidades e estabeleceram-se. Mesmo assim, durante a inquisição católica, vários deles foram expulsos pelos tribunais do Santo Ofício. . As tribos do Sind se mudaram para o Egito e depois para a Checoslováquia, Rússia, Hungria e Polônia, Balcãs e Itália, França e Espanha. Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André; de Pamuel para Manuel, etc.). O primeiro documento data a entrada dos ciganos na Espanha em 1447. Esse grupo se chamava a si mesmo de "ruma calk" (que significa homem dos tempos) e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata).
Eles trouxeram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés e o ritmo quente do "flamenco", tanto que essa palavra vem do árabe "felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz" à partir do séc. XVIII.
Porém de acordo com a Tradição Cigana, a teoria mais freqüente sobre a origem do Povo Cigano, é que após um período de adaptação neste planeta, os ciganos teriam surgido do interior da Terra e esperam que um dia possam regressar ao seu lar. Existem lendas que falam que os ciganos seriam filhos da primeira mulher de Adão, Lilith, e, portanto, livres do pecado original) e por isso eles não aceitam de modo algum ser empregados dos "gadjé" (não-ciganos) e apegam-se a antigas profissões artesanais que caracterizam suas tribos e são ensinadas desde cedo às crianças.

História do Povo Cigano!


O fato do Povo Cigano não ter, até os dias atuais, uma linguagem escrita, fica quase impossível definir sua verdadeira origem. Portanto, tudo o que se disser a respeito de sua origem está largamente baseado em conjecturas, similaridades ou suposições.
A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia (um dos mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado pelos ciganos e encontraram um sem-número de palavras com o mesmo significado. E assim, os Ciganos são chamados de "povos das estrelas" e dizem que apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na região de Gujaratna localizada margem direita do Rio Send e de onde foram expulsos por invasores árabes. Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e na existência de um Deus Pai e Absoluto. E com respeito à suas crenças, tanto para os hindus como para os ciganos, a religiosidade é muito forte e norteia muito de seu comportamento, impondo normas e fundamentos importantes, que devem ser respeitados e obedecidos.